16/03/2016 as 12:37:05 | por Sinval Campelo |
O geólogo e pesquisador, doutor em paleontologia, Luiz Carlor Weinschütz esteve no período de 28 de dezembro de 2015 a 5 de março deste ano, participando do Programa Antártico Brasileiro – ProAntar. E ele conta que foi muito gratificante participar do projeto de paleontologia que o governo brasileiro desenvolve na Antartica.
Em meio à gigantescas geleiras, em um branco intenso e suportando temperaturas que chegavam à 16 graus negativos (com sensação térmica chegando a -30°C) e ventos de até 120km/h, a bandeira mafrense fez-se presente. Foram 43 dias acampado com um grupo de pesquisadores brasileiros e alemães que realizaram estudos referentes as alterações do solo antártico e outro de alpinistas que davam apoio terrestre. Porém o período que envolveu a sua participação no programa demorou mais de 2 meses – entre a saída e a chegada ao Brasil.
- Encontramos fosseis de árvores de 70 milhões de anos - disse Weinschütz. Lá os estudos se concentraram em rochas e fósseis, - completou.
O períodode adaptação também foi lembrado pelo pesquisador mafrense.
-Janeiro não tinhamos noite,24h de tempo claro e a gente se perdia no horário, dificuldade grande,só em fevereiro a noite apareceu -citou.
As atividades desenvolvidas na Antartica serão traduzidos em artigos científicos e em palestras a serem proferidas em escolas municipais locais e nos campi da Universidade do Contestado – que coordena o Cenpáleo e o Museu da Terra e da Vida – e ao público em geral. Segundo informações do Geólogo, a pesquisa resultou na coleta de aproximadamente duas toneladas de rochas que estão sendo levadas de navio para o Rio de Janeiro e serão utilizadas na continuidade das analises e para uma exposição que será organizada no Museu Nacional. Uma pequena parcela desse material, em torno de 150 kg de amostras serão transferidas para o Cenpáleo para ficarem expostas no Museu da Terra e da Vida.
Weinschütz foi convidado a ingressar no Projeto denominado PaleoAntar, coordenado pelo dr. Alexander Kellner, do Museu Nacional do Rio de Janeiro, junto com outros 5 pesquisadores. O objetivo da expedição foi a coleta de fósseis na região de James Ross, na Península Antártica.
Antártica já foi tropical
O pesquisador revelou a existência de uma Antártica tropical no passado. “Ao contrário do que vemos hoje, os fósseis antárticos revelam que o continente Antártico era muito mais quente no período Cretáceo, inclusive com a existência de florestas, grandes dinossauros e praias cheias de vida, pois estava localizado mais ao norte de sua posição atual”, explicou. Ele considerou como fantástica a experiência de encontrar grandes troncos “petrificados” de milhões de anos, onde hoje as únicas formas vegetais existentes são musgos. “Assim percebemos de forma clara, quão dinâmico e delicado é o nosso planeta”,declarou.
Explicou ainda sobre a existência de um tratado denomina “Antártico”, que permite a liberdade de exploração científica do continente, em regime de cooperação internacional, ao qual o Brasil aderiu em 1975. No início da década de 1980 foi inaugurada a Estação Antártica Comandante Ferraz e desde então, nosso país realiza pesquisas nas mais diversas áreas – geociências, biologia, ecologia, clima etc.
Luiz Carlos Weinschütz é geólogo da Prefeitura de Mafra e pesquisador da Universidade do Contestado, instituições que o apoiaram para a participação na expedição de pesquisa que oportunizou crescimento e aprimoramento de conhecimentos, que serão retransmitidos aos alunos, professores, técnicos e pesquisadores locais.