Nova Andradina: Número de raios aumentou em 208% no município

Fortes e letais, os raios, com incidência alarmante em Nova Andradina, têm castigado a cidade e provocado tragédias nos últimos anos. Em média, uma descarga elétrica nuvem- solo (que atinge diretamente o chão) cai sobre o município a cada 15 minutos. É o que revela um levantamento realizado pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a pedido do Nova News. Em três anos, segundo o Elat, os relâmpagos já mataram três pessoas no município de Nova Andradina.

Os dados oficiais mostram que em 2014, foram registradas 12.922 descargas em Nova Andradina. Em 2015, houve uma explosão de 208% na quantidade de raios que afetaram o solo, passando para 39.813 casos.

Campo Grande ocupa a terceira posição entre as cidades com mais mortes por raios nos últimos 15 anos. Foram 11 vítimas, ficando atrás somente de Manaus, que registrou 22 vítimas, e São Paulo com 26 mortes. Ainda em MS, Ribas do Rio Pardo também tem número significativo de mortes, ao todo são sete, ocupando a nona posição. 

                                                                                                                       Imagem: Divulgação/Internet

O Elat informou que de 2000 a 2014, foram constatadas 103 mortes por raios em MS. O estado ocupa a 3ª posição entre todos os estados brasileiros, com uma média de 11,88 raios por km²/ano. Da região, Anaurilândia é a 8ª no Estado, com 13,37 raios por km²/ano.

Fatal

No dia 3 de fevereiro deste ano, Wellington Christian da Silva, de 24 anos, foi morto depois de ser atingido por um raio em uma propriedade rural, instalada no Assentamento 17 de Abril, região de Nova Casa Verde, em Nova Andradina. 

O jovem era motorista de uma transportadora de leite e media o volume do produto em tanques de resfriamento no momento em que foi impactado pela descarga elétrica. Cambaleante, a vítima chegou próxima à cabine do caminhão e caiu morta no local.

Proteção

Especialistas orientam fugir de locais descampados e abertos e se achegar a uma casa ou prédio com para-raios. Outra dica é manter-se o mais distante possível de aparelhos eletrônicos (desligando-os da tomada), como chuveiro elétrico. Mais um meio de proteção é ficar longe da água, um dos melhores condutores de eletricidade. Além disso, especialistas proíbem o abrigo em árvores ou guarda-sóis.

Mitos e curiosidades

Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar? 

Não é verdade e uma prova disso é o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que recebe ao menos seis descargas atmosféricas por ano. A origem desse mito está nos índios, que usam pedras atingidas por raios como amuletos, acreditando que estão protegidos contra os relâmpagos.

É perigoso ficar dentro do carro durante a chuva? 

Na verdade, o veículo fechado é o local mais seguro contra raios – nunca ninguém morreu no Brasil atingido por raio dessa forma. Se o carro é atingido por um raio, a descarga elétrica se espalha por sua superfície metálica, sem atingir quem está dentro dele.

Espelho atrai raios?

O mito vem dos tempos em que os espelhos tinham molduras metálicas grossas – elas, sim, são atrativos para as descargas.

Dá para saber a que distância caiu o raio? 

É possível estimar a distância em quilômetros com um cálculo simples: basta contar o tempo (em segundos) entre o momento que se vê o raio e se escuta o trovão e dividir por três obtendo-se a distância aproximada em quilômetros.

Existem raios que não partem das nuvens? 

Sim, são os chamados raios ascendentes, que saem de estruturas altas (torres, prédios altos) em direção às nuvens. Correspondem a cerca de 1% dos raios. 

Os raios são diferentes em diferentes regiões? 

Sim. No Brasil, os raios do Rio Grande do Sul tendem a ser mais fortes e destrutivos do que os que caem em outras partes do país.