13/10/2021 as 01:47 | por Sinval Campelo |
O vereador Jonas Schultz (Jonas Dentista -PSDB), por meio de uma indicação escrita Nº342/21, solicitou em junho deste ano, 2021, a elaboração de Projeto de Lei que aborda o tema de conscientização e informação sobre a menstruação e fornecimento de absorventes higiênicos nas Unidades Básicas de Saúde e escolas públicas municipais em Mafra.
Uma medida semelhante era debatida na Câmara dos Deputados em Brasília e Bolsonaro vetou a proposta sob alegação de que o texto não indicaria uma “fonte de custeio ou medida compensatória”. A estimativa para financiar o projeto é de R$ 84 milhões por ano, o suficiente para atender cerca de 6 milhões de meninas e mulheres.O projeto que trata sobre a pobreza menstrual é de autoria da deputada Marília Arraes (PT-PE) e de outras 34 parlamentares. A proposta previa distribuição gratuita de absorventes higiênicos para estudantes dos ensinos fundamental e médio, mulheres em situação de vulnerabilidade e para as que estão encarceradas.
-Está lá claramente apontado que seria por meio do SUS e sem condições – disse o Presidente.
No sábado, 9, o vereador Jonas Dentista prestigiou evento cultural na Livraria Prefácio, no município de Rio Negro, com a escritora Adriana Moro e o tema debatido não poderia ser outro : a pobreza menstrual e o veto do Presidente. Na ocasião foi feito arrecadação de absorventes. As doações foram recebidas pela escritora e foram repassadas às entidades sociais de Rio Negro.
-Estive lá para prestigiar esse evento, com a escritora Adriana Moro na livraria prefácio. O tema foi pobreza menstrual, ocasião que recebemos doações de absorventes. Foi um prazer enorme debater esse assunto e ainda prestigiar essa escritora e amiga – postou Jonas Dentista na sua página no Facebook.
Jonas destacou durante o evento, que a pobreza menstrual é caracterizada pela falta de acesso a recursos, infraestrutura e até conhecimento por parte de pessoas que menstruam para cuidados envolvendo a própria menstruação. Além disto, a pobreza menstrual afeta brasileiras que vivem em condições de pobreza e situação de vulnerabilidade em contextos urbanos e rurais, por vezes sem acesso a serviços de saneamento básico, recursos para higiene e conhecimento mínimo do corpo. Jonas Dentista lamentou o veto do Bolsonaro, mas espera que em Mafra o prefeito Emerson Maas acolhe o seu projeto que trata do mesmo tema.
- Muitas meninas têm privação de chuveiros em suas residências, 4 milhões de meninas sofrem com pelo menos uma privação de higiene nas escolas. Isso inclui falta de acesso a absorventes e instalações básicas nas escolas, como banheiros e sabonetes. Dessas, quase 200 mil alunas estão totalmente privadas de condições mínimas para cuidar da sua menstruação na escola – citou Jonas Dentista, destacando o problema no contexto geral.
Durante a sua fala, o vereador Jonas explicou que ao longo da vida acabou ignorando o assunto. No entanto, conversando com diversas diretoras se deparou com a realidade de meninas que faltam à escola por conta do período menstrual – sem acesso aos absorventes.
A ideia do projeto pobreza menstrual de Jonas Dentista prevê que as escolas e as unidades básicas de saúde de Mafra tenham a distribuição de itens necessário à saúde da mulher, como absorventes. Somando a isto, o projeto visa que seja levado a informação para as pessoas, os estudantes, assim mudando a realidade de pobreza menstrual em Mafra.
- Entrando em contato com empresas da região, eu recebi apoio da Mili, de Três Barras, que tem um projeto sobre o tema e irá distribuir absorventes em Santa Catarina. Agora é aguardar o trâmite legal do projeto a ser encaminhado ao Executivo – pontuou Jonas Dentista.